quinta-feira, 18 de abril de 2013

Poema de Bolso IV

Poema é feito valsa
um pra lá
dois pra cá
verso ali
rima aqui
um pouco de mim
outro tanto de ti
Nessa dança
dois versos já são
a nossa estrofe.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Poema de bolso (3)

Daquilo que não se escreve
nem se descreve,
tampouco se prescreve

Daquilo pesado
que se pede que o vento leve
feito pluma leve
feito algodão

Daquilo que se costuma
chamar Coração

Poema de Bolso II

Sede de mais
Sede demais
Sê sempre mais
do que já és

Não sedes tu
o meu desejo
Sede que é sempre
sede do que almejo



sábado, 13 de abril de 2013

Procura-se Eu

Tem um bichinho comendo as minhas entranhas. Uma traça fazendo buraquinhos na vela do meu barco, que pouco a pouco vai rasgando até partir ao meio e chegar o dia que esse barco não vai andar mais. Quem poderá remendar, meu Deus?

Não gostei do meu reflexo no espelho, mergulhei em mim e me assustei com o fundo, quis subir rápido demais e bolhas de ar estouraram os meus pulmões. Cuspi sangue, mas ninguém viu. Diluiu no mar.

Preciso de um par de olhos novos, os meus quebraram pelo meio do caminho. Em quase 2 décadas de estrada é a primeira vez que quero realmente me livrar deles. Meus olhos não são de ressaca, são de neblina. Tempo fechado, tudo nublado, cinza cor de rato. Não me quero mais em mim. Antes minha carne não fosse carne e sim um exosqueleto!

Pensando bem, seria tolice... Não é o que está por fora que me incomoda, é o que está por dentro que me envenena, carcome, consome, me some, come. Todo o dia sem nunca se saciar. AR! As bolhas do meu pulmão me arrebentam com fúria. O que antes era condição de minha existência hoje é o instrumento do crime.

Não sei dizer, senhores, por onde eu me perdi. Mas, por favor, se me acharem, me tragam de volta pra mim. É que eu sinto muita falta de mim...