quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Notas VIII

Não sou a menina mais bonita, legal, interessante, engraçada ou apaixonante do mundo. Não sou nem a da minha rua, e pouco importa, na verdade. Mas eu me sinto infinitamente superior a qualquer uma outra que leia livros do Augusto Cury, assista reality-shows ou goste de princesas da Disney - sim, me sinto uma Angelina Jolie perto delas. É um prazer pequeno, egoísta e sem muito embasamento que eu tenho. Não ligo.

Ontem eu passei o dia ouvindo Vinícius de Moraes, pensando que Chega de Saudade, Eu Não Existo sem Você e por falar em saudade, Onde Anda Você? Vinícius pra todas as horas e sentimentos. Pena que era tudo mentira, exceto o fato de que eu realmente queria saber por onde ele anda. Ai, que mentira!

Perguntei pra uma amiga o que ela achava, se ia dar certo, "será que ele gosta de mim"? Ela me respondeu com sólidos argumentos livremente inspirados em fatos do filme "Ele não está tão a fim de você". Vou assistir, prometo. Concluimos que o melhor mesmo era sonhar baixo, cultivar a amizade e manter os pés no chão. Me peguei dizendo que eu tinha outras prioridades para este ano, não estava a fim de perder tempo com essas bobagens. Ai, que quase verdade!

A propósito: quase verdade é uma mentira completa?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Nem preciso de você

Eu não preciso de você, tenho certeza que não. Vivi tantos anos sozinha que já me acostumei a ser assim. Meu cérebro sabe que é desse jeito que a banda toca. Mas o coração quer porque quer mudar o ritmo da canção. Quem vencerá?

Quem vencerá eu não posso dizer ainda, mas posso te garantir, menino da camisa azul, que a batalha vai ser longa. Não é porque a tal camisa não me sai da cabeça e eu vejo tudo azul quando abro os olhos, quando fecho os olhos, azul, azul, azul. Quase como no bolero, "tudo azul, lindo como a cor do mar" etc e blá blá blá. Sabe, tu ficas bem de azul.

E é porque eu vejo os teus dedos passarem leves e compassados pelas teclas do instrumento, executando perfeitamente cada nota, que eu fico pensando quantas canções aqueles dedos poderiam tocar pra mim, ou até mesmo otras cositas más que os mesmos dedos poderiam fazer por mim... Coisas das quais eu iria gostas... Só que eu não preciso realmente de você, que fique claro.

Tu és um capricho meu, um brinquedo feito para entreter meu coração, um boneco de azul anil. Não preciso que fales nada, pode deixar que eu mesma te dou a partitura da canção. Eu falo, você responde- e se não responde, não tem problema, posso muito bem encontrar as desculpas certas por ti. Veja bem, meu amor, nem pra mentir pra mim eu preciso de você.

O que eu preciso está bem claro, preciso sair desse tédio! Preciso fingir sofrer, fingir gostar, me sentir personagem de uma história de amor, correspondida ou não, não interessa, todos amam, eu tenho que amar também. Meu "amor" por ti é mero desencargo de consciência, quero cumprir com minhas obrigações morais na sociedade.

Vou fazer tudo como se espera de uma moça como eu. Te mandarei mil e uma mensagens de amor, suspirarei outros zilhões de vezes, encontrarei as mais mirabolantes coincidências para provar que é o destino que conspira a nosso favor, te amarei eternamente até me cansar! Serei perfeita no meu papel de amante não correspondida. Digna de um Oscar, eu diria.

Fique atento, amor, descobri que não preciso de você agora. Descobri que preciso de você pra sempre.

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p.s: pra ti, uma das malas mais pesadas que eu carrego. Cumpri a promessa. Feliz aniversário =)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Relicário


Faz pouco mais de 5 meses que eu não escrevo uma linha aqui. Nem aqui nem em lugar nenhum, aliás. Não foi por falta de motivo, amigos. Motivos bons, em tempo! A vida foi muito boa comigo nesse final de 2011 e começo de 2012, graças a Deus! Aliás, tenho certeza que é Ele quem proporcionou todas estas pequenas grandes vitórias! O meu batismo, minha 1ª Eucaristia, os amigos novos, os antigos que voltaram, o Ministério Universidades Renovadas, a comunidade Shalom, NOSSA! Só Deus mesmo para nos dar essa alegria que não passa!

Contudo, não vou mentir, estive a vias de apagar este blog, e já com o dedo coçando para apertar o "delete", resolvi ler os textos antigos, desde os primeiros até os últimos. Perdi completamente a coragem. São parte de mim, cada um deles! Pedaços de histórias que já se foram, mas que são tão minhas a ponto de terem sido responsáveis pelo ponto onde estou agora: o equilíbrio. Encontrei um norte, algo onde me segurar, algo forte, algo que não passará, algo vivo, verdadeiro e fiel. E como eu estou apaixonada por este "algo" que me seduziu e me atraiu para si! Tudo é bem mais bonito quando se olha daqui, aliás.

Achi que tinha perdido o prazer de escrever, de colocar no papel minhas dúvidas, alegrias, inquietações, mas agora, enquanto os dedos passeiam rápidos pelo teclado, vejo que ainda está tudo aqui! Pelo contrário, antes faltariam palavras e páginas para que eu pudesse descrever tudo o que vivi enquanto estive ausente deste meu espacinho. Mas eu voltei e, como diria vovó, "o bom filho à casa torna". Retornei. Continuarei a construir o relicário de mim.