quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sobre um sonho


"Voltando pra casa, os dois no ônibus, um silêncio mútuo de gente que tem muito o que falar, contar, mas nem imagina como seria o começo disso. Ela olha pela janela, lá fora chove cântaros. Ele olha pra baixo, balança as pernas, cantarola alguma música do Iron Maiden, vai ver nem pensa nela no momento, vai ver cogita ter feito uma grande besteira chamando-a pra sair.

O ônibus pára e uma dessas caixas de som humanas entra. No último volume, ouve-se "Iris", do Goo Goo Dolls. Ela se assusta, arregala os olhos, "parece que é perseguição! Parece não, é!". Um brilho de lágrima se forma nos olhos da moça - ele percebe, lembra da música. É a música do outro. Em silêncio, aperta a mão dela bem forte, olha bem fundo nos olhos e o olhar se estende p'rum abraço de isolamento acústico: "Vem, aqui eu posso te proteger do que ainda te machuca". Cumplicidade é isso."

E aí, hein, moços? O quê que eu faço com esses sonhos bonitos feito quadro do Renoir? Se continuar desse jeito, até abro mão de dormir às 4 da manhã e vou dormir mais cedo, que é pra ver se sonho tão bonito assim de novo.

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